Conheça a jornada de Fabson Gabriel Pereira na criação do livro Sol e Chifre, uma história intensa sobre abandono, paternidade e identidade.
Foto: Arquivo pessoal, com composição/edição via Sora IA.

Foi numa sexta-feira, logo depois do Natal de 2024, que publiquei no Instagram que havia encerrado a escrita do manuscrito do meu livro Sol e Chifre. Foram cerca de 100 páginas, dependendo da configuração do espaçamento das linhas no Word. O livro conta uma história sobre abandono e identidade.

Nas primeiras páginas, a gente tem uma personagem que é deixada pela família, que, de certa forma, a rejeita em todos os níveis. Mesmo quando parece que estão fazendo a coisa certa.

Ouvi essa frase quase três meses depois de ter finalizado a última palavra. Há um toque de magia nisso. Agora, não estou mais tão profundamente conectado com a história — e este é o primeiro texto que escrevo de forma mais imparcial, ou melhor, mais distanciada da narrativa que criei.

O nascimento do livro Sol e Chifre

Quando comecei a escrever o livro Sol e Chifre, não sabia exatamente para onde a história me levaria. Mas havia em mim uma personagem que gritava para que sua dor fosse ouvida e sua história fosse contada. Ela não surgiu de uma simples vontade de escrever. Cresceu comigo, lado a lado, silenciosamente, nos últimos vinte anos.

Não vou revelar o nome dela — ainda. Mas quem ler terá tanto contato com sua mente que será impossível não se sensibilizar. Ela é tão especial que, ao escrever estas palavras, até me emociono. É como se estivesse agora ao meu lado, tocando meu ombro e dizendo:

Obrigada por fazer de papai não só o meu herói, mas o de tantas e tantas outras pessoas.

Uma história sobre paternidade imperfeita

O amor dessa personagem por seu pai, complexo e controverso, move toda a narrativa. E, sinceramente, não sei se o leitor vai se inspirar nele. Porque ele não é o tipo de pai idealizado. É apenas um ser humano lidando com dilemas. E, antes de julgá-lo, vale refletir: será que eu faria diferente?

Na história, temos não apenas um pai ferido, mas uma família inteira na ruína, que vê na redenção e no recomeço de si mesma a única maneira de sair daquele lugar. A trama já começa com um cenário em que os personagens estão em conflito, em negação, com medo. E nós temos o ponto de vista da protagonista, que começa como uma garotinha de quatro anos. É um começo, de certa forma, doloroso, mas necessário para o crescimento e a maturação que acompanhamos na protagonista – e, principalmente, como se revela sua relação com o pai: da admiração, da distância, do zelo, da necessidade de um abraço.

Conheça a jornada de Fabson Gabriel Pereira na criação do livro Sol e Chifre, uma história intensa sobre abandono, paternidade e identidade.
Foto: Arquivo pessoal/Sem uso de IA

O processo de escrita e o impacto nos leitores

Uma das pessoas que leu o manuscrito disse que essa história “não merece ficar numa gaveta”. “Se eu tivesse grana para te bancar, com certeza faria isso. É uma história universal que tem que ir para as mãos das pessoas.” Fiquei honrado e em choque com a declaração desse leitor beta — vou chamá-lo assim. 

A gente que escreve sempre acha que está uma porcaria, mesmo quando recebemos retornos positivos e construtivos sobre o que escrevemos. Claro que fiquei feliz. Me deu ânimo. Não vou mentir que me preparei para críticas duras, a verdadeira pedrada. No entanto, até agora, cerca das sete pessoas que leram o original —, tudo tem sido muito satisfatório de ouvir. O curioso é que nenhuma das pessoas que já leram me conhece profundamente. Isso é um benefício. Elas não enxergam o Fabson, enxergam apenas o texto. Sou grato a cada um dos meus leitores beta. Agora quero ser amigo deles! 

Essa é a minha estaca zero. O começo de tudo. Depois de 12 anos dizendo “um dia vou publicar um livro”, sinto que esse momento está chegando. Sinto que 2025 vai abrir portas.

Sol e Chifre: uma história sobre família, raízes e identidade

Algumas reações que ouvi:

"Tem uma mensagem legal sobre família e identidade. Mostra nossas raízes".

“É impressionante como você entra na cabeça da personagem e escreve dores tão profundas. De onde vem isso?”

“Fiquei surpresa por ser uma história triste e densa. Não parece você escrevendo.”

Essas pessoas têm me ajudado diariamente nesse processo de amadurecimento do texto. E agora, que o “eu escritor” finalizou a obra, entra em cena meu “eu de marketing”, pronto para testar o “produto” livro — risos. Assim que conseguir uma editora para publicar, virá meu lado comunicador para criar a estratégia de divulgação, e meu eu publicitário para alcançar o público certo.

Como publicar um livro no Brasil: minha jornada

Minha cabeça não para. Essa multiplicidade me consome às vezes. Entrego-me em brigas internas tentando delimitar as fronteiras entre cada uma das minhas frentes profissionais. Mas posso ser sincero? Está sendo um grande prazer mergulhar nesse projeto com seriedade. Quero viver cada etapa da publicação  do meu livro Sol e Chifre com o máximo de profissionalismo possível. Porque acho que a gente precisa levar a sério aquilo em que acredita. Eu penso assim, né?

Construir uma história literária vai além de simplesmente escrever. Para quem é novo nesse mercado editorial, há muitas etapas pela frente. Mas acredito que tudo tem seu tempo certo. E isso me acalma.

Agora que terminei o manuscrito do livro Sol e Chifre, entro na fase de lapidação do texto, busca por uma boa editora, análise de propostas, planejamento de marketing literário, entre outras etapas para transformar o livro em realidade.

O que vem depois de escrever Sol e Chifre?

Essa história me ocupa a mente 24 horas por dia, sete dias por semana, e quero que ela chegue até você. Sei que a jornada é longa, mas criar um livro — diferente de outros produtos de marketing — não é sobre imediatismo. É sobre construção a longo prazo.

Por isso, embarco nessa caminhada com fé, seriedade e respeito pelo meu trabalho. Sei que há Guias me levando onde preciso estar. Vai dar certo. E Sol e Chifre vai chegar até você.